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PROGRAMA DE RESIDÊNCIAS DE CRIAÇÃO A partir de 2023, o Teatro Viriato terá um Programa de Residências de Criação que procura contribuir para o desenvolvimento dos percursos dos criadores nacionais e internacionais, através de cedência de espaços de experimentação, de apoio financeiro e condições artísticas para a produção e difusão das artes performativas. Ao longo dos anos, o apoio a artistas tem sido um dos eixos fundamentais do projeto Teatro Viriato e com este programa procuramos ir mais longe e em diálogo próximo com os seus criadores.
MULTIDISCIPLINAR Sete peças musicais criadas a partir de sete residências artísticas em sete espaços naturais. Na Residência em Viseu, São Pedro do Sul - Santa Cruz da Trapa e Vouzela, Fernando Mota será acompanhado por José Sérgio. Para mais informações sobre este projeto consulte a página 97.
Tanyel Viegas, a propósito da iniciativa Procultura (da União Europeia e Instituto Camões e Fundação Calouste Gulbenkian) para a Promoção do Emprego nas Atividades Geradoras de Rendimento no Setor Cultural nos PALOP e Timor-Leste, desenvolve em Viseu uma residência artística na área da dança, na qual irá trabalhar diretamente com o Grupo Dançando com a Diferença - Viseu e acompanhar mostra de dança contemporânea New Age, New Time.
SENHOR JORGE OU A BELEZA DOS ENCONTROS com Jorge Novo, Rui Souza, Nuno Duarte, João Pedro Silva e Pedro Gonçalves de Oliveira parceria Carmo’81 Sr. Jorge Novo tem em comum com Rui Sousa, João Pedro Silva, Nuno Duarte e Pedro Gonçalves de Oliveira, o facto de serem todos músicos, e, para complementar, são também todos viseenses. Nesta residência juntam-se para preparação de um concerto que nos traz um novo disco, em preparação, do autor.
TITA MARAVILHA BOLSA AMÉLIA REY COLAÇO “As Três Irmãs”, de Anton Tchekhov, sob o olhar transmetodológico de Tita Maravilha. Uma criação que combina a estrutura literária de um clássico da literatura com as ideias de vanguarda da contemporaneidade sobre um tema necessário, proporcionado pelo debate político de corpos trans inseridos e tomando novas direções da literatura expandida.
Ana Isabel Castro na residência que antecede um espetáculo que pretende por a nu a experiência de construção do objeto e as falhas inevitáveis desse esforço, partindo da sua própria memória para fazer matéria de um universo referencial vasto, encontrando na ideia de migração da busca incessante por mais valor, dignidade e sentido, um fio que conduza o espectador.
SÃO CASTRO e ANTÓNIO M CABRITA Estender o espaço físico em que a ação e o som ocorrem, criando diálogos entre o que se ouve e o que se vê — ou não se vê (uma memória, um local) é um dos objetivos dos coreógrafos na criação que se encontram a desenvolver e a qual o Teatro Viriato apoia a nível de residência artística. Em “Take”, São Castro e António M Cabrita procuram usar o design do som como condutor da relação entre os corpos, sustentando um cenário criativo e influenciando uma atmosfera narrativa, criada através de um guião composto por cenas escritas, que poderão ter ou não uma sequência lógica.
Peça de dança para um quinteto e um palco luminoso. ATSUMORI inspira-se na peça japonesa de teatro Noh, com título homónimo (séc. XV), em que o fantasma de um guerreiro morto em combate deambula pelo campo de batalha na esperança de encontrar vingança. A proposta aborda a influência recíproca entre as pulsões individuais e a reprodução de sistemas económicos, refletindo sobre alternativas às construções sociais contemporâneas.
TERMINAL (O ESTADO DO MUNDO)
Inês Barahona e Miguel Fragata / Formiga Atómica Explorando diferentes tipos de formatos — peças de teatro de pequeno porte para espaços públicos, um clube de leitura, um encontro às cegas e, ainda, um estudo sociológico — Miguel Fragata e Inês Barahona, expõem o que nos une neste frágil momento em que tudo parece estar em jogo. Estes objetos farão parte d’O caminho para “Terminal (O Estado do Mundo)”, um extenso processo de pesquisa que se irá refletir na criação deste espetáculo, em 2024, onde o Teatro Viriato será coprodutor.
Atividades a desenvolver na residência
Política, sociologia, ecologia
Estudo sociológico centrado na disponibilidade para mudar hábitos quotidianos em prol do planeta.
Improváveis de Costas Voltadas Dois improváveis conversadores, num encontro às cegas, conversam a partir de uma linhagem de questões: sobre a humanidade, a vida, as sociedades, o planeta, política ou o clima. Literatura, ciência, debate
CLARA ANTUNES e RICARDO MACHADO Clara Antunes e Ricardo Machado atualizam os dados científicos da Palestra-Performance “Take a Stand”, que irão apresentar para as escolas da região. Trata-se de um trabalho sobre as alterações climáticas, que se debruça sobre a ciência atual neste tema e também sobre um futuro que, mantendo-se o “business a usual”, se estima como potencialmente insustentável à vida humana.
“Parlapatório” é uma residência de criação de Sara Barros Leitão para desenvolvimento da peça “Guião para um país possível”, um espetáculo, com coprodução do Teatro Viriato, a partir das transcrições dos discursos proferidos na Assembleia da República nos cinquenta anos em democracia. Durante esta residência, a encenadora e atriz irá trabalhar com jovens que ainda não têm idade para votar e com pessoas que ainda têm memória de ter vivido os tempos da ditadura portuguesa.
Em julho, os Jardins Efémeros voltam a ocupar inúmeros espaços da cidade de Viseu. O Teatro Viriato volta a ser parceiro deste Festival, cedendo espaço e condições para o desenvolvimento de residências artísticas.
Tendo como referência o livro “Homo Sacer” e os ciganos de Roswihta Scholz, o coletivo Bestiário procura na sua nova criação, sob uma perspetiva tão antropológica quanto política, refletir sobre o anticiganismo. Irão trabalhar a historiografia do povo cigano no Ocidente, explorando eventos traumáticos, para desembocar nos crescentes populismos contemporâneos.
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