Uma caverna como alegoria do inferno. Em Voronia, a companhia La Veronal, dirigida por Marcos Morau, mergulha nas entranhas da terra para explorar o mal. A caverna Krúbera-Voronia, na República Autónoma da Abkházia, Geórgia – considerada a caverna mais profunda do mundo – é o ponto de partida para a exploração, em palco, de uma autêntica viagem psíquica por um submundo ritualístico feito de homens e mulheres em vestes quase clericais, presos numa espécie de limbo.
A dança em Voronia desconstrói a sequência orgânica, pondo o corpo numa discussão com o próprio corpo, um grito sem voz, em movimento, para ir o mais longe possível na busca pela execução suprema. A música oscila entre música eletrónica pulsante, vozes sussurradas e trechos de música clássica, o efeito é continuamente inquietante.
Entre o raciocínio moral, a dança virtuosa e as atmosferas sombrias, Voronia mantém a linha labiríntica da dramaturgia das peças de La Veronal, que geram no público uma experiência atrativa, através do explosivo encontro da dança, do texto e da imagem, e no qual cada um de nós encontrará a sua própria representação.
Direção Marcos Morau
Coreografia Marcos Morau com a colaboração dos intérpretes
Dramaturgia Roberto Fratini e Pablo Gisbert – El Conde de Torrefiel
Interpretação Àngela Bosch, Julia Cambra, Jon López, Núria Navarra Lorena Nogal, Shay Partush, Marina Rodríguez e Sau-Ching Wong
Com a colaboração de El Graner Centre de Creació
Com o apoio de INAEM – Ministerio de Educación Cultura y Deporte de España e ICEC – Departament de Cultura de la Generalitat de Catalunya
Coprodução Théâtre National de Chaillot (Paris, França), Hessisches Staatsballett Darmstadt Wiesbaden, Tanz im August Berlín, Mercat de les Flors (Barcelona, Espanha), Grec 2015 – Festival de Barcelona (Espanha)
© Jesús Robisco